domingo, 31 de agosto de 2008

as minhas..


Essas são as minhas tatoos, cinco ao total, por enquanto...rsrsrs... ai esta faltando uma. Amooo!
Pretendo neste mês pintar o dragão e refazer a estrela, já ta mais do que na hora. Também farei mais algumas...No outro pé, no pulso, na barriga e aumentarei a que está faltando na foto... Até terminar as que já tenho em mente, vou pensando nas próximas! quem sabe? ;)

sábado, 30 de agosto de 2008

tatuagem - observação

Tatuagem

A tatuagem por mais na moda que esteja, é uma técnica muito antiga, existem provas que essa técnica já era usada no antigo Egito entre 4.000 e 2.000 anos A.C, sendo proibida pela Igreja Católica com intuito de apagar as culturas e costumes dos antigos povos.
Tendo início com os povos nativos da Polinésia, Indonésia e Nova Zelândia.
Os Maori, tribo indígena da Nova Zelândia, tinham um hábito chamado de Moko, decoravam seus rostos com espirais e não somente com tatuagem, mas também com cicatrizes, formando cumes e sulcos paralelos, é o processo
escarificação. Tatuar o rosto era status, somente os líderes e guerreiros tatuavam. Acreditavam que a tatuagem tornava os homens mais atrativos para o sexo feminino e que daria mais força aos guerreiros. Também era usada para identificação dos membros da mesma tribo e instituía hierarquia. As mulheres também eram tatuadas, mas não tão detalhadamente quanto os homens.

Os métodos das tribos da Oceania e Polinésia de tatuar, eram feitos com uma vara de madeira com um pedaço de osso pontiagudo, que era molhado com tinta a base de vegetais e colocado sobre a pele, com outro objeto de madeira parecido com um martelo, batia-se, penetrando na pele e colocando a tinta.
As tribos da América do norte, central e sul, também utilizavam a prática da tatuagem. As tribos norte americanas associaram a tatuagem as práticas mágicas e religiosas. Usada como um rito da passagem da puberdade e como marca de identificação que permitia ao espírito superar obstáculos após a morte.
Os Ojibwa, tatuavam as pessoas enfermas e que sentissem dores, era atribuído aos maus espíritos.As cerimônias de tatuação eram feitas com canções e danças que para eles exorcizava os demônios.
Tendo como pai, o capitão James Cook , que durante uma navegação à Nova Zelândia em 1771, escreveu em seu diário o som que saía da tatuagem, tattow, também conhecida como tatau. Foi assim que a tatuagem chegou a Cultura Ocidental.
No século XVIII a tatuagem já estava bem popular entre os marinheiros, principalmente para os que navegavam pelos mares do sul, estes foram os primeiros a entrarem em contato com essa cultura, voltando com o corpo tatuado.
O preconceito está ligado ao fato da tatuagem ser um costume primitivo e hábito de marinheiros, então foi entendido como uma prática de povos e pessoas atrasadas.Os primeiros tatuadores trabalhavam nos portos e seus clientes eram marinheiros e pessoas que viviam naquele meio. Isso contribuiu para a formação de opinião que se espalhou pela sociedade, causando um grande preconceito em relação a tatuagem.
No Brasil, urucum e jenipapo forneciam as tintas usadas pelos índios, bem antes da vinda dos portugueses. Mas a tatuagem só se espalhou no século XIX, com a abertura dos portos e a mistura dos marinheiros estrangeiros com a população das cidades. Os desenhos trazidos pelos marinheiros chamou a atenção das prostitutas, fregueses brasileiros e o submundo do crime, destaca o pesquisador. O público só começou a mudar quando os surfistas do Rio de Janeiro começaram a usar tatuagem, na década de 1970.
A tatuagem no Japão, servia para marcar criminosos. No século XVII que se espalhou, as pessoas comuns começaram a se tatuar, com desenhos baseados no folclore, como dragões, cobras, leões chineses e figuras religiosas. Também, foi neste período que surgiu a máfia japonesa Yakuza, que costumavam tatuar seus integrantes para identificação e como forma de lealdade.

Uma nova fase foi marcada pela criação da máquina elétrica. Em 1880 Samuel F. O’Reilly, baseado na impressora autográfica ou pena elétrica inventada por Thomas Edson, inventou a primeira máquina de tatuar. Fez algumas modificações, adicionando agulhas e um reservatório de tinta, fazendo que a máquina oscilasse, permitindo que a agulha se movimentasse para cima e para baixo. Patenteou sua máquina no dia 8 de dezembro de 1891.



Dois momentos na história ajudram na propagação de um estilo de tatuagem nos EUA. O primeiro é a relação com a Segunda Guerra Mundial, quando os soldados faziam tatuagens ligadas as Forças Armadas e ao patriotismo. Tatuavam número dos batalhões, fuzis, águias, bandeira, âncoras, também relacionavam a sorte, incerteza, como cartas de baralho, dados, trevos, estrelas, ferraduras e gato preto. Tatuavam estrelas náuticas ou um par de andorinhas como indicando sobrevivência, pois antes de ir pra guerra tatuava uma, se retornasse com vida tatuavam a segunda.O segundo momento que veio para consolidar a tatuagem, foi durante a década de 60 com o Rock’n Roll, com bandas que marcaram a história, a Arte e a liberação feminina, quando a tatuagem conquistou a marca de liberdade e protesto.Foram esses dois momentos os responsáveis pelas modificações dos valores da sociedade e do mundo, gerando mais tolerância em relação a sua prática.

Hoje a tatuagem trás a mesma temática antiga, mas adaptada a um novo estilo gráfico, com mais tridimencionalidade e diferentes perspectivas, cores mais fortes e diversificadas com desenhos adaptados as formas corporais.
Dentro do resgate de temas antigos, vieram diferentes estilos como o tribal, que geralmente é todo preto, reproduzindo padrões geométricos das tribos da Nova Zelândia.


O estilo Oriental, trás temas do folclore japonês como carpas, samurais, tigres, dragões, cobras, cada um com seu significado.

O “New School” que são desenhos que vem do grafite e do cenário urbano, que trazem idéia da tatuagem novaiorquina e seu “underground”.

Na Europa existe uma grande prática do estilo Celta, com desenhos geométricos e significados místicos.


Com isso, a tatuagem veio resgatar os valores antigos sobre um novo ponto de vista e
com mais recursos. O corpo é visto como meio de expressão da arte, espaço em branco pronto para ser preenchido com imagens e formas que façam referência a pessoa que está usando ou algo que ela deseja, ligando a forma do corpo e sua linguagem e à pessoa que a possui.O corpo começa a ser visto como tela de pintura a arte em movimento, que torna possível a liberdade da arte e da expressão.Com todas essas mudanças a tatuagem chega nos meios conservadores, claro que de forma diferente, sendo elas pequenas e em lugares discretos, porém, continuou tendo os mesmos significados de quem as inventaram, marcando momentos ou perdas, sinal de coragem e bravura, motivos espirituais e religiosos ou por amor, com intuito de identificação entre grupos, hierarquia ou valor estético.Atualmente, a arte da tatuagem não tem fronteiras, onde os valores e as culturas de diferentes povos se interligam em uma mesma pessoa, pois trazem consigo suas tatuagens e valores que consideram positivos. A tatuagem é uma arte e sua prática faz parte da história do ser humano, sempre existiu e sempre existirá, desde seus inventores até os dias atuais, trazendo muitas controvérsias e divergências sobre sua existência e de quem a pratica. Há algumas passagens bíblicas, em que foram proibidas marcas no corpo. Mas há duvidas se as proibições referem-se a tatuagens ou marcas, com incisões escarificações. No Levítico, cap. XIX, 28, é citado: “Et super mortuo non incidetis carnem costram, neque figuras aluguas, aut stigmata facietis vobis." (Pelos mortos não fareis golpes em vossa carne, nem fareis marca alguma sobre vós). Da mesma forma, o cap. XXI, 5, do mesmo livro: "...nem façam incisões em sua carne". No Deuteronômio, cap.XIV, 1: "Não vos incisais, nem façais calvas pelos mortos". Jeremias, cap.XVI, 6: "...morrerão grandes e pequenos. Não serão sepultados e não os prantearão. Nem por eles ninguém fará incisões, ninguém raspará os cabelos".Para muitos um corpo tatuado é como estar diante de um seguidor do “coisa ruim”. Então pegamos da revista Tatuagem Arte e Comportamento alguns pontos de vista de diferentes religiões.

Espiritismo

“A tatuagem é uma forma de expressão corporal e emocional que merece todo o respeito."

“ O Espiritismo não se detém em análise a respeito de questões como essa que me é apresentada .Não obstante , considerando-se os postulados da Doutrina, pessoalmente considero a tatuagem como uma forma de expressão corporal e emocional que merece todo o respeito, embora nunca me haja submetido a esse comportamento. O individuo é livre para tomar as posturas mais compatíveis com o seu temperamento e com as manifestações comportamentais dos diversos períodos da humanidade. E a tatuagem, face a autoridade que a assinala , vez que outra retorna à sociedade atraindo um grande número de adeptos que lhe aderem aos impositivos, buscando, de alguma forma, a auto- realização . O perispírito imprime nos seus tecidos sutis as ações morais do individuo.. Se , no processo da tatuagem, o mesmo a realiza em razão de algum transtorno masoquista ou por fuga psicológica da realidade, ou ainda em razão da ação fantasiosa de substancias alucinógenas, buscando a auto realização através da agressão à aparência, à forma física , com a qual não simpatiza ou mesmo detesta , essa conduta ira imprimir sinais perturbadores no seu psiquismo, não constituindo, de maneira alguma , ataque à constituição em que se expressa . Trata-se portanto, de uma questão de foro intimo, cujas conseqüências diferem de uma para outra pessoa, não podendo generaliza-las”.
Divaldo Pereira Franco, médium ,orador e educador.

Judaísmo

“O corpo humano não é posse do indivíduo”

“A tatuagem é proibida pela lei judaica por três motivos. Primeiro, porque ela foi durante muito tempo uma prática pagã. Em diversos cultos antigos, as pessoas costumavam cortar a própria carne em sinal do luto e colocavam dentro dessas incisões corantes indeléveis, criando assim tatuagens dos deuses que cultuavam. O judaísmo se opôs a todos esses rituais pagãos.
Segundo motivo: a lei judaica é altamente contra qualquer tipo de mutilação ou auto- ferimento, pois não considera o corpo humano como posse do indivíduo, e sim como uma obra do Criador. Como o corpo é obra de Deus, tem que ser preservado.E o terceiro motivo é justamente desses dois primeiros .
Levítico (19:28) nos diz : “Quando chorarem a morte de alguém, não se cortem, nem façam marcas no corpo”.
Agora, com a técnica da tatuagem moderna, os pigmentos são apenas injetados sem cortar carne , e a prática não está vinculada à idolatria, alguns rabinos consideram que a proibição não se aplica mais ”.
Henry Sobel , presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista

Hare Krishna

“É uma questão do quê e do porque tatuar ”.

“A tatuagem era utilizada pelos sacerdotes, que colocavam símbolos no corpo com a função de protegê-lo. Há símbolos, “yantras ”, com muita força espiritual. Numa linguagem africana, seria algo como fechar o corpo. Certamente, existem influências externas e temos que fazer algum tipo de arranjo para não recebê-las . Os devotos de Krishna usam marcas na testa em alguns pontos energéticos do corpo, que são os chakras. Passamos um barro sagrado da Índia e recitamos alguns mantras, que tem a função de proteger o corpo. A tatuagem, originalmente, tem essa mesma função. Não é pra decorar o corpo nem esta ligada a aspecto de vaidade. O “abc” da nossa filosofia é que não somos este corpo, ele é apenas um veiculo que vamos utilizar por um tempo bastante limitado, a alma é eterna . Temos que cuidar desse veiculo, mantê-lo saudável , apresentável. Mas não podemos esquecer de alimentar o motorista, que seriamos nós. Se esquecemos, não ficamos felizes. Temos que pensar na alma. Hoje parece que foi pego o aspecto mais superficial da tatuagem: do visual, da beleza . Se as pessoas gostam, se identificam e querem usar; Krishna não tem nada contra. Mas um monge ou uma pessoa ligada às praticas espirituais não esta interessada em incrementar a sua identificação com o corpo. Os devotos que querem tatuar colocam imagens espirituais. Eu não acho a tatuagem necessária, se me perguntam, digo que é melhor nem fazer. Mas em tudo se pode fazer um ajuste. Com a energia elétrica, gera-se o frio e o calor. Se você tatua imagens espirituais, algo que te faça lembrar de coisas positivas, e os outros também olhando vão se atrair por valores legais ... É uma questão do que tatuar. Existem sacerdotes na Índia que ainda fazem tatuagem, mas eles não tem a menor idéia de modismo ou vaidade. Não são por ser belas e decorativas para o sexo oposto ou coisa desse tipo. Mas para dar proteção e purificar o corpo. Quando se coloca símbolos védicos e espirituais no corpo, eles vão além do corpo grosseiro e realmente atingem o corpo sutil (que é mental, até intelectual), que ainda não é alma. Essas marcas que nós fazemos com barro sagrado atingem o corpo sutil e dão proteção a ele, fechando-o a qualquer tipo de influência externa indesejável. A tatuagem talvez também entre no corpo sutil ”.
S.S. Chandramukha Swami , um dos principais lideres do movimento Hare Krishna no Brasil.

Catolicismo

“Em si, ela não tem condenação alguma, se não estiver ligada a nenhuma outra coisa condenável ”.

"A igreja Católica não tem posicionamento especial, condenação de tatuagem. Como existem alguns questionamento sobre os efeitos físicos e metafísicos da tatuagem, se questiona se há mutilação, uma alteração , uma agressão ao próprio corpo .Alem dessa, outra questão que pode ser considerada é a função desta tatuagem. Se ela tem uma função meramente de vaidade, não da tatuagem em si, ela seria apenas um instrumento para esse pecado; “pode”, não estou dizendo que “é”, necessariamente. Esse é um cuidado que a Igreja recomendaria. Se a tatuagem tem uma função de comunicação, de revelação, então é necessário ver o conteúdo dessa tatuagem. Uma tatuagem, por exemplo, que louva a Satanás, certamente a Igreja vai condená-la, não pela tatuagem, mas pelo sentido, pelo conteúdo dela; nesse caso, contrario à doutrina e aos ensinamentos da Igreja em si, ela não tem condenação nenhuma, se não estiver ligada a nenhuma outra coisa condenável, como a vaidade, a heresia, a negação da fé. Então, com alguns cuidados e com equilíbrio, considerados o conteúdo do motivo e o motivo, a Igreja condena, não tem uma posição contrária ” .
Pade Eduardo Coelho, coordenador do Vicariato da Comunicação da Diocese de São Paulo.

Evangélica

“A reprovação está fundamentada no que o Evangelho chama, formalmente, de ceder ao mundo”.

"O mundo evangélico tem uma dimensão muito grande. Há igrejas onde a tatuagem e o piercing são totalmente vetados e ponto final, nem um brinco se pode usar. Essa proibição esta fundamentada na reprovação a vaidade, na reprovação ao que o Evangelho chama, formalmente, de ceder ao ‘mundo’ (à moda, à forma de pensar da sociedade vigente), ou seja, inserir num sistema que a igreja entende que é contra Deus e, portanto, contra o ser humano. Em compensação, as igrejas mais urbanas, mais modernas, inseridas na sociedade tecnológica são totalmente abertas. Geralmente, os jovens cristãos são muito discretos; quando usam piercing ou tatuagem são muito mais discretos dos que costumam usar esse tipo de adereço. Quando se vê um cristão com muitas tatuagens, provavelmente ele as fez antes de se converter. E, geralmente, são muito bem aceitos. A visão do evangelho é de que, quando a pessoa se converte, ela tem que ser aceita do jeito que ela vem, sem nenhuma restrição às marcas que a vida, de alguma maneira, tenha lhe deixado. A questão é para os que, sendo evangélico, decidem fazer piercing ou tatuagem. Aí, vai depender muito da igreja". Ariovaldo Ramos, presidente da Associação Evangélica Brasileira

Islamismo

“A tatuagem desconfigura a criação divina”

“A tatuagem permanente na religião Islâmica é proibida porque ela desconfigura a criação de Deus. Nada que seja permanente, que tende a modificar a criação de Deus, é permitido. Esse é o elemento básico da proibição: não desconfigurar a pessoa humana.
Uma pessoa que faz tatuagens antes de se converter à religião mulçumana não tem como tirar essas tatuagens. Então aceita-se a pessoa, a conversão dela, mas se entende que foi pré-islâmico. Entende-se que, antes da conversão, ela não sabia que passaria a seguir tinha essa proibição. Mas, depois de se converter, ela sabe que não poderá fazer novamente. Ela é passível de punição divina, porque está cometendo um pecado.
Agora, a pessoa que é mulçumana e comete esse erro, aí vai ser entre ela e Deus. Não cabe a nós, mulçumanos, discriminar. O que fazemos é ir contra a conduta, aconselhá-la. Se mesmo assim ela fizer, como já disse, é entre ela e o Criador. Nós não julgamos.
É importante que as pessoas preservem o seu corpo, a sua mente e o seu espírito para que nada o atinja, nada o prejudique. E uma dessas questões é a tatuagem, a bebida alcoólica, o homossexualismo...É preciso preservar o ser humano de tudo que vai contra a sua natureza, de tudo que o prejudique, nada mais do que isso”.
Sheikh Jihad Hammadeh, vice-presidente da Wany, Assembléia dial da Juventude Islâmica.

Budismo

“Costumamos dizer que a vida nos tatua”

“Nunca li nenhum preceito sobre se Buda era contra ou a favor da tatuagem. O que se recomendava aos monges é que não tivessem apego, que não usassem roupas muito especiais, que se tornassem uma pessoa simples. Mas isso para os votos monásticos. Quando a questão da pele -se fura ou não, se corta ou não- não tem, religiosamente, muito significado para nós.
Costumamos dizer no Budismo que a vida nos tatua. A vida, ela mesma, vai deixando marcas nas pessoas. Aqueles que tem a capacidade de ver, vê o outro ser e as tatuagens da sua vida e de suas vidas. Cada um de nós, conforme vai vivendo, vai criando hábitos, expressões no nosso corpo, e eles vão nos marcando, vão nos tatuando.
Por que uma pessoa tatua um determinado desenho? Cada um de nós está expressando alguma coisa que é profunda, mais do que a idéia de um desenho bonito. Ás vezes, a gente nem percebe o que é esse motivo maior. Que relacionamento eu tenho, por exemplo, com tatuagens de desenhos indígenas? Por que isso me atrai? Por que eu não tatuei um prédio ou disco voador...? É uma questão de a gente procurar em nós mesmos, de se perguntar: de que forma isso se relaciona comigo? .
É evidente que estou dizendo o meu pensamento, porque há pessoas que tem discriminação dentro do Budismo. Havia, há uns 20 anos, um monge em Los Angeles que queria ser ordenado. Ele tinha tatuagens grandes. Meu professor, claro deu ordenação a ele, não estava preocupado se tinha tatuagens ou não, ser monge algo que vai além da pele. Os desenhos que nós fazemos em nosso corpo vão influenciar na nossa vida. Gostaria que as pessoas que fossem fazer uma tatuagem pensassem um pouco. Que relacionamento estão criando com esses desenhos? Porque eles vão mexer com nossa cabeça.Então vamos criar bons relacionamentos.
Monja Cohen Murayama, templo Zen Dojo

Candomblé

“Fazemos um ritual triba, nossa religião tem descendência africana”.

“No candomblé, as incisões tem uma importância vital: para se ‘fazer o santo ’ , é necessário fazer incisões nos braços, nas costas, e é usado um produto dentro do corte que, depois que cicatriza, fica um tom meio azulado. De qualquer forma, fica uma tatuagem. Há pessoas que exageram, que fazem muito grande. Outras fazem símbolos com Ofá (arma de Oxóssi ), o tridente ( símbolo erroneamente atribuído a Exu). O candomblé não tem nada contra a tatuagem, ao contrario, se não houver as incisões para a iniciação, esta não estará completa. Isso é um ritual tribal, nossa religião tem descendência africana. E muitos africanos cortavam o rosto, um corte bem grande, para identificar e distinguir de que tribo ou aldeia era. Isso ficou a marca do candomblé. Quando a gente faz o santo, se corta não com a intenção de se massacrar ou de prender a vida espiritual. É para proteção espiritual, para que entre na nossa carne o axé do santo, temos cuidado, na hora de fazer as incisões, com os materiais usados (bisturi ou navalha) para não haver transmissão de doenças. Em relações a outras tatuagens, as artísticas, nós também não somos contra. As pessoas tem o direito de gostar das coisas. Se ela tem o corpo tatuado, enfeitado,e gosta ...o importante é ser feliz ”.
Babalorixá Cido D’Oxum Eyin.

Lakota

“Quando uma pessoa morre, precisa apresentar suas tatuagens para uma coruja, que, então, autoriza sua entrada na Terra dos Espíritos”.

“Uma palavra sobre a religião Lakota : não existe uma religião no sentido tradicional da palavra. Existe o modo tradicional e o valores de vida Lakota (Lakol Wikohan ), que inclui valores individuais, de relacionamento com a natureza, plantas ,animais e minerais, com os espíritos e com as outras pessoas .Outra observação importante: ao contrário da maioria dos povos nativos da América, que tinham um modo tradicional de vida e hoje vivem apenas as margens ou dos restos da civilização moderna, os Lakota, a exemplo dos judeus, possuem uma forte identidade cultural moderna, preservando valores tradicionais (espirituais , linguagem, valores de relacionamentos) e, ao mesmo tempo, convivendo com televisão, automóveis e tantas informações do muno inteiro. E a tatuagem (Owa = desenho) e parte dessa identidade moderna do povo Lakota , algo como dos 50 anos pra cá (os Lakota foram expulsos das planícies há cerca de 150 anos, passaram 100 anos enfraquecidos e retomaram o orgulho de sua raça deste período mais recente ). Os desenhos tatuados pelo povo Lakota representam forca superiores da natureza (o Sol, o Vento, a Chuva, os Raios, os Trovoes ...), os animais e símbolos de força e proteção a partir de elementos que fazem parte da sua cultura, como flechas, penas, etc. Representam sempre um compromisso que dura por toda a vida e pode acontecer em duas situações: características ou forças que uma pessoa precisa, e tatua seus símbolos como forma de assumir um compromisso com a conquista. Características ou forças que uma pessoa já possui e assume, ao fazer a tatuagem, o compromisso de mantê-las e cultivá-las por toda vida. Ter uma tatuagem, é na cultura Lakota um símbolo de orgulho e da capacidade de se comprometer por toda uma vida com fortes valores espirituais. Assim, nunca é feita apenas por valores estéticos, até porque são desenhos simples e aplicados sem as técnicas elaboradas das tatuagens artísticas. Fora das reservas e ambientes Lakota, a tatuagem causa preconceitos, mas é apenas algo somado ao preconceito racial já sofrido pelos Lakota e outros índios das Américas. Não existe preconceito contra as pessoas que não tem tatuagem dentro da reserva. Existe apenas uma crença sobre não ter tatuagem...quando uma pessoa morre, antes de entrar na Terra dos Espíritos, precisa apresentar suas tatuagens para uma coruja, que, então, autoriza a sua passagem. Ás vezes, quando alguém esta muito doente e não tem nenhuma tatuagem, prefere, na dúvida, chamar um tatuador...é como a extrema unção dos católicos”.
Don é um dos líderes culturais da região, ensina a língua e as restrições Lakota para crianças e participa de projetos internacionais (foi ele que ensinou ao Kevin Costner e a outros atores brancos a falar a língua Lakota para as gravações do filme Dança com Lobos ).

(Matéria extraída da revista Tatuagem Arte e Comportamento)

Com exceção das populações negras, que para se embelezar produziam cicatrizes no corpo e no rosto, a tatuagem tem sido praticada em todo o planeta. "Não há nação que não conheça esse fenômeno", escreveu Charles Darwin, o pai da teoria evolucionista. A escarificação, iniciou na África, pois a tatuagem não aparecia na pele escura dos negros e hoje é usada em todos os locais, independente da raça.

Aos poucos foi mudando a visão da sociedade, deixando de pertencer somente aos grupos marginalizados e rebeldes para ser item de beleza e moda, as mulheres cada vez mais usando a tatuagem para deixar seus corpos mais bonitos e atraentes e os homens continuam usando como símbolos ancestrais de virilidade e muitas vezes como expressão ideológica.
Muitas situações motivam pessoas a aderirem essa técnica, modismo, vaidade, determinação, arte ou uma grande necessidade de diferença, mas a grande maioria dessas
pessoas que aderem a causa, não querem parar.

Muitos, com intenção consciente de serem únicos, e de se identificar, muitas vezes, inconscientemente com determinado grupo que freqüenta e que consome produtos específicos, escuta determinado tipo de música e assim por diante.
Essa construção da identidade, ao mesmo tempo excêntrica, está diretamente relacionada à dimensão visual das interações sociais. Nesse ponto, há a necessidade de expor sinais, podendo ser através de uma boa forma física ou desenhos, como a tatuagem, corte e cor de cabelo, roupas ou ideogramas inscritos na pele. Esse apelo visual das sociedades esta presente delimitando espaços e demarcando as diferenças.
Sendo a tatuagem vista como uma forma de comunicação não-verbal que oferece informações instantâneas.
Há vários pontos de vista entre as pessoas que se tatuam, as místicas que atribuem significados de proteção e devoção, como forma de patriotismo e protestos, de amor, amizade, momentos importantes, sendo eles agradáveis ou não, datas, realizações de sonhos, podendo também ser por rebeldia, como depoimento de vida, de valores pessoais, de estilo de ser ou desejos de liberdade e forma de expressar a identidade sendo de grupos ou de indivíduos.
Para os que se arrependem, hoje há uma solução, um aparelho chamado Photoderm, aos poucos a luz emitida pelo aparelho, quebra a tinta em pequenos fragmentos que são removidos naturalmente pelas células de defesa do organismo, é um tratamento caro e demorado, mas não é uma solução definitiva, pois sobram vestígios de pigmentos embora não se veja que era uma tatuagem. Hoje ainda não há método nenhum que elimine totalmente seus vestígios.
Desde a década de 50, os médicos cortavam a pele tatuada e costuravam as bordas, depois passaram a lixar a pele, até atingir a derme, onde os ficam os pigmentos. Ambos os procedimentos geravam uma grande cicatriz no lugar da tatuagem. Nos anos 70, que surgiu o raio laser, que quebra os grânulos de pigmento em partículas dez vezes menores. Assim as células de defesa do corpo, conseguem reconhecer os fragmentos de tinta, como se fossem células invasoras, e passam a digerí-los. Os primeiros resultados surgem após quatro sessões, no mínimo. O Photoderm, usa o mesmo princípio do laser, com duas vantagens: dispensa anestesia e pode ser controlado segundo o tipo de pele.
Geralmente, a procura para eliminação da tatuagem é mais por uma questão de necessidade, principalmente pelas pessoas que precisam se candidatar a cargos.
Mesmo que as empresas não queiram assumir, sabemos que a tatuagem ainda é um fator negativo numa entrevista de seleção. Normalmente as empresas adotam os valores da sociedade, que em geral, ainda é rejeitado, diz a vice-presidente de uma firma de consultoria em recursos humanos, especializada na recolocação de executivos.
Por isso é muito bom lembrar que com o tempo mudam as idéias, valores e necessidades, é algo que tem que ser muito bem pensado antes de ser feito, em algumas situações realmente não há volta.
Pudemos observar nas nossas pesquisas, que os especialistas diferenciam as tatuagens, tendo as decorativas, que são usadas como adornos e como mais um acessório daquelas que são extremamente exageradas, cobrindo grandes partes do corpo, podendo serem vistas como sinal de distúrbio de personalidade.
Psicólogos evitam generalizar, mas dizem que tatuagem é uma questão de identidade, que a pessoa faz para representar sua individualidade, e que o desenho escolhido tem a ver com o eu de cada um podendo trazer uma mensagem individual ou de grupo. Através da tatuagem as pessoas falam um pouco de si, tanto para se sentirem pertencentes ao grupo ou para se diferenciar da sociedade.
A idéia de manter um registro gravado, para a lembrança não esvair-se parece ser a necessidade de um
certificado de garantia que esses estados não voltarão mais. Ao usar a pele como um diário, onde você escreve, pretende se apossar dos acontecimentos de seu passado para poder lembrar e falar dele, assegurando um sentido de continuidade no tempo.
Na Itália, os especialistas estão investigando o inconsciente dos tatuados, o departamento de Psicologia da Universidade de Milão está classificando os desenhos e seus significados, e os locais escolhidos já estão sendo catalogados.
O dragão, por exemplo, preferência absoluta entre os italianos, remete à criação humana e testemunha o desejo de auto-afirmação. Pesquisas revelam que tatuar o tronco denota capacidade de decidir. Se a escolha cai sobre os braços, significa que o indivíduo está atravessando uma fase de lenta maturação. Pessoas infantis e pouco reflexivas preferem as pernas.
A dor é um fator interessante, alargamento dos furos feitos no corpo, uso de ventosas, salto alto, cinturões que diminuem a cintura, espartilhos, adereços de ferro, marca feitas a ferro por queimaduras, flagelações, perfurações, picar-se, espetar-se, a suspensão por meio de ganchos de açougueiro, e até mesmo a tatuagem, para muitos, gera uma sensação de prazer não sendo percebida dor real, tornando-se uma forma de sentir seu corpo e ter a certeza que se está vivo, talvez uma tentativa desesperada de se manter no mundo, trazendo a tona aquilo que sentimos de mais nosso e de mais estrangeiro.

Extraímos o depoimento da revista Lost Art:

No momento, ele tem quatro tatuagens, duas cicatrizes propositalmente provocadas nas mãos e na barriga, um furo no nariz, largo o suficiente para atravessar um lápis através do septo, e discos para alargar os lóbulos das orelhas. Além disso, circuncisou o pênis e dividiu a língua. Para ele, ‘‘é tudo muito divertido’’. A primeira suspensão foi o presente de aniversário que se deu ao fazer dezoito anos. ‘‘Você fica fora do chão, voando. Se sente solto, apesar de estar preso por toneladas de ganchos. É mais um maneira de se divertir’’, disse ele.

Há uma ligação muito grande entre tatuagem e narcisismo (estado em que a libido é dirigida ao próprio ego), o desejo de querer ser único recebendo olhares que confirmem isso, principalmente na adolescência que há uma maior necessidade de reconhecimento. Nesse caso as tatuagens são mostradas com orgulho, sendo símbolo de expressão individual, podendo ser compreendida como fama, sucesso ou poder de que a ostenta e que de certa forma querem compartilhar.
E também há um desejo de transmitir uma mensagem, grandes tatuagens criam situações aonde quer que seja, sua identidade esta no seu corpo, evocando olhares e expressão verbal ou silenciosa de quem o vê.
A pressão feita pela mídia e sociedade à estética corporal, passa a idéia que o corpo tem que ser perfeito, seduzir o outro pela beleza está se tornando quase uma regra levando cada vez menos em conta a interioridade, passando a atenção para os mínimos detalhes exteriores, reforçando ainda mais a necessidade das pessoas em exibirem todo seu esplendor.
Para cravar um desenho no corpo, a máquina de tatuagem passa horas arranhando a epiderme, a camada superficial da pele, para introduzir a tinta na derme, 4 mm adentro. E isso dói. Porém, é exatamente a dor, uma marca desse momento, que continua a inspirar nos jovens liberdade e transgressão. O que leva, inevitavelmente, à pergunta: por que as pessoas se tatuam? Os motivos são de toda ordem há milhares de anos. Pois engana-se quem pensa que tatuagem é coisa de gente moderna. De fato, é difícil compreender os motivos que levam uma pessoa a fazer de sua pele moldura para um desenho eterno. Segundo Miguel Perosa, professor da Pontifícia Universidade Católica, PUC de São Paulo, o desenho escolhido tem sempre a ver com o íntimo de cada um e pode ser uma mensagem pessoal ou coletiva. O mais interessante é que essa expressão é permanente (indelével) em meio a um mundo em que as imagens são tão fugazes. Isso tudo faz pensar também por que justamente numa sociedade letrada há o resgate de uma manifestação de povos de antes da escrita. Penso que mesmo se tornando uma mensagem midiática (o corpo, às vezes, vira um cartaz publicitário), artística (a body-art) ou expressão de beleza e do ideário de grupos, nada diminui a importância da tatuagem hoje nas ruas, principalmente se considerarmos o longo tempo em que várias manifestações corporais foram recalcadas no Ocidente. A tatuagem é mais uma das mensagens do corpo, pista reveladora da nossa época e dos rituais deste milênio.
Vaidade, determinação, necessidade da diferença, arte ou modismo. Muitos motivos levam a pessoa a aderir a causa dos corpos pintados. Alguns começam tímidos, com tatuagens menores, outros, na maioria das vezes encaram enormes dragões ou tribais como sinônimo de atitude. Mas, independente da maneira que se comece, o que os tatuadores dizem é que a maioria das pessoas não querem parar.
Para os tatuados ter o corpo renovado or novos desenhos, é praticamente uma necessidade, já que encontraram na arte imenso prazer.
A história da tatuagem continua, e vem crescendo a cada dia. Ela é escrita todos os dias por tatuadores e tatuados por todo o mundo.
Analisando a situação na cidade hoje, os tatuadores afirmam que o preconceito melhorou e muito. Eles dizem que recebem no seu estúdio empresários, estudantes, policiais, gente de todas as classes e idades.
De Nietzsche, filósofo alemão, extraímos o seguinte pensamento: “A dor diz: Passa! Mas toda a alegria quer a eternidade...Quer a profunda eternidade!”.
E porque não eternizar os momentos sejam eles alegres ou não, através de uma bela obra de arte expressa no próprio corpo?
No entanto antes de se tatuar é indispensável lembrar que com o tempo as idéias e valores mudam, mas a tatuagem não.

Observação: tatuador e tatuado Apresentação: Chegamos ao estúdio de tatuagem por volta das 16 horas. Ao abrir a porta tocou uma sineta, desceu um rapaz para nos atender, perguntou o que queríamos e pediu para que aguardássemos, pois o responsável pelo estúdio, Alex (nome fictício), estava preparando o material para colocar o piercing num cliente que estava esperando. Enquanto isso, eu e minha colega, sentamos e aguardamos. Descrição do local: O estúdio é dividido em dois andares. Em baixo fica o atendimento e a sala de espera, onde ficam as pastas com muitos desenhos de tatuagens que são divididas em animais, tribais, orientais, realista entre outras. Também, há uma vitrine onde ficam expostas as jóias e piercings, há um computador e sofás, o ambiente é agradável. As paredes são em tons de branco e vermelho, com alguns desenhos enquadrados na parede e o piso em lajotas brancas.
No andar de cima, predomina o branco, o piso é de lajotas, tem um banheiro. Neste andar tem duas macas, cadeiras, armários e bancadas brancas, alguns espelhos, televisão, som, videogame, entre outras coisas.
Nas paredes, alguns quadros e símbolos orientais e um dragão feito pelo próprio tatuador. O lugar passa a sensação de limpeza e higiene, o ambiente é climatizado proporcionando um clima bem agradável.
Enquanto aguardávamos, o rapaz ficou nos mostrando várias outras tatuagens e desenhos que haviam no computador, além das pastas e álbuns das tatuagens feitas por eles.
Assim que o tatuador desocupou-se, pediu para que subíssemos. Então, nos apresentamos, falei o motivo de eu estar lá e ele nos recebeu muito bem, colocando-se a disposição. Comecei a conversar, fazendo algumas perguntas: O que te impulsionou a ser tatuador? -O que me impulsionou foi um colega que queria se tatuar, e como eu só desenhava, fiz a primeira tatuagem com uma máquina caseira nesse amigo. Daí em diante comecei a me aprimorar e decidi abrir um estúdio quando tinha 16 anos. O que tu mais gostas de tatuar? -O que mais gosto de tatuar é o realismo, rostos, desenhos, que passem a sensação de realidade. Quanto maior e mais detalhado o desenho for, melhor. É um desafio e dá para realmente fazer a arte. Quem te procura mais para se tatuar? -São mais os jovens e mulheres, mesmo assim, está tendo uma procura maior do pessoal mais velho, daqueles que procuram, predominam as mulheres , principalmente se for acima de 50 anos. Porque tu achas que as pessoas procuram a tatuagem? -Com certeza a grande maioria é estético, principalmente as mulheres, é praticamente um acessório. Para os homens é mais uma forma “narcisista” de mostrar o corpo. Nas academias e nas praias, se vê, principalmente, entre os sarados, a tatuagem feita na maioria das vezes nos mesmos lugares. È muito raro alguém chegar querendo fazer um tatuagem pelo significado que ela atribui a pessoa. Quando acontece, é mais em homenagem a nome de pessoas falecidas: nome da mãe e membros da família. Então há muita procura por pessoas querendo tatuar nomes? De quem? Mais homens ou mulheres? Costumam se arrepender? -Até há, quando as pessoas chegam querendo tatuar nomes, eu sempre tento explicar e mostrar que é para a vida toda, que ela pode se arrepender, enfim, tento usar a psicologia com elas. Até porque a maioria já não dá tanta importância achando que é só cobrir e pronto, mas não é bem assim, pois para cobrir a tatuagem tem que achar o desenho e cor que se adaptem. A maior parte das pessoas querem, realmente, é o nome dos namorados. Geralmente são os meninos, com a intenção maior de impressionar suas namoradas, não realmente por amor ou por achar que irão ficar com elas para o resto de suas vidas. Normalmente essas pessoas voltam para cobrir a tatuagem, uma pessoa já cobriu três nomes diferentes. Mas, quando as mulheres decidem tatuar o nome de seus namorados, elas fazem mais por “amor” . Qual o tipo de tatuagem que as pessoas buscam mais? -Varia com a moda. Pode deixar, se sair na mídia que alguma atriz tatuou um tribal, logo em seguida, as pessoas vão vir para fazer igual. Mas, é por época, tem temporadas que todo mundo vem fazer golfinhos. No verão a maioria das pessoas vieram tatuar borboletas, é mais uma tendência do momento mesmo.Agora tem uma tendência bem forte que são as orientais: dragões, cobras, símbolos e letras. Onde as pessoas sentem mais dor? -Depende de pessoa para pessoa, mas normalmente são nos lugares mais sensíveis onde a pele é mais fina, como na virilha e na parte interna do braço, dói bastante. Quem sente mais dor? Homens ou mulheres? -Normalmente as mulheres são bem mais resistentes a dor, os homens agüentam menos, quanto maior o homem, parece que mais dor sente, deu para notar naqueles marombeiros de academia, que reclamam muito mais de dor. As pessoas costumam levar muita gente quando vão se tatuar? -Geralmente querem trazer amigos para ver, mas não gosto e peço para que não tragam, pois é algo que tem que sair perfeito. A concentração é muito necessária, até porque tem outro tatuador, e, por vezes, fica o barulho das duas máquinas juntas funcionando, a conversa das pessoas que estão sendo tatuadas e mais a da platéia. Com tumulto é mais complicado de manter a concentração, muitos dos grandes pintores, criavam sua arte na madrugada, pois não há barulho, tumulto, tudo pára, e assim dá para criar melhor. Quem trás mais companhia? -Geralmente as meninas trazem só uma amiga, já os caras, até uns 25 anos, trazem mais amigos, por frege mesmo. Eles ficam tirando o tempo uns dos outros, querendo ver se o amigo vai agüentar a dor, como vai reagir. Alguém já desmaiou durante a tatuagem? Sim, muito raro, mas já aconteceu, e quando acontece é nos primeiros 5 minutos, passado isso a pessoa acostuma com a dor. Quantas tatuagens você tem, porque as tatuou, elas lhe atribuem algum significado? -Não sei exatamente quantas são, mas são entre 18 e 20 tatuagens, a maioria não tem significado, são realmente pela arte, alguns desenhos eu fiz e outros são de tatuadores que admiro. Cedi meu corpo para a arte deles. Tocamos na questão do controle e fiscalização dos estúdios. Alex explicou que o controle não há, que a saúde não costuma fazer a fiscalização. No governo anterior ainda havia uma coleta do lixo própria para os estúdios, já que trabalhamos com material de risco de contaminação, hoje, já não tendo mais este serviço pelo atual governo, contratamos o serviço de uma empresa terceirizada. O controle é de nossa responsabilidade e prezamos muito por isso.Para a esterilização dos materiais utilizamos a autoclave que é obrigatório nos estúdios, esterilizamos todo o material já lacrado, para não haver perigo de contaminação no manejo deste material com o ambiente.
Nesse meio tempo, enquanto conversávamos, minha colega Carol, decidiu se tatuar. Foi interessante, pois pude acompanhar todo o processo.
Como decidiu na hora, ela foi em casa para colocar uma blusa aberta nas costas, pois é o local onde iria fazer a tatuagem. Já fazia bastante tempo que ela queria fazer uma tatuagem, porém, não queria fazer algo simplesmente por fazer. Há alguns dias atrás ela encontrou um desenho que gostou muito. Então, tatuou um belo gato preto em suas costas, pois ele lhe atribui um significado muito especial. È algo que vai gostar para o resto da vida. Decidiu também fazer uma estrela, que é um desenho que gosta desde pequena.Alex fez o desenho do gato no papel, para depois colocar na pele. Agora estão decidindo o tamanho da estrela, pois tem que ser bem delicado, já que será tatuado no pulso. Como ela está indecisa, Alex pediu para o rapaz que trabalha com ele ir ao xerox para tirar cópias de vários modelos e tamanhos de estrelas. Minha colega começa a ficar nervosa, anda pela sala, ri, está bem ansiosa. Estamos na sala eu, a Carol e seu namorado. Neste momento o Alex está preparando o material para tatuar. Na bancada há vários potes com cotonetes, giletes, palitos, algodão, luvas descartáveis, produto para tirar o transfer e uma lâmpada.
Alex forrou a bancada com plástico filme, em cima colocou o material que iria precisar, como algodão hospitalar 70%, água, os bicos da máquina esterilizados e as agulhas descartáveis próprias para o desenho, ambos de aço cirúrgico, as tintas e vaselina sólida.
O tatuador começou a ver o local exato que será passado o desenho para apele. Ele em pé, sério e muito bem concentrado, está aplicando o produto para tirar o transfer (o desenho de papel). Enquanto isso, observava que a expressão de minha colega era de preocupação.
O desenho foi aplicado no meio de suas costas onde, inicialmente, ela queria, mas depois de ver o desenho e pedir várias opiniões achou melhor que fosse acima do local escolhido.
Está iniciando o processo, ele está explicando que o inicio será um pouco mais dolorido e que o segredo está em relaxar os músculos, não ficar tensa.
O barulho da máquina a assusta um pouco, ele, então, pede para que ela não se mova, pois poderá torcer o desenho. Começou o contorno do gato, ela comprime e morde os lábios, ri e faz feições de dor.
O tatuador está concentrado, parece que não percebe nada ao seu redor. Dá a impressão de existir somente ele e os trabalhos que está fazendo.
Ela começa a sentir muita dor. Logo em seguida pede para ver as fotos que estão sendo tiradas para se distrair um pouco. Do nada ela larga um ai, ai, ai. Pragueja, roi as unhas e fica nas pontas dos pés. Seu namorado tenta acalmá-la. Enquanto ela é tatuada , eu observo, e ele tira as fotos.
Acabou o contorno do gato. Alex limpa o desenho com vaselina que serve para facilitar a limpeza e hidratar a pele, pois, a mesma, vai ficando ressecada e, então, retorna a fazer a pintura. A tatuada brinca: acho que vou desmaiar. Segura a mão do namorado, espreme os olhos, coça a boca e diz que precisa de um cigarro para relaxar.
O tatuador sempre compenetrado, nada parece afetar sua atenção. Ela diz que a dor nem é tão forte, porém é chata e constante. Pergunta quanto tempo precisará ficar com a bandagem, ele responde que durante uns cinco dias é necessário para manter a pele hidratada, devendo passar três vezes ao dia a pomada a base de dexpantenol e se possível trocar o plástico também.
Agora ela está mais tranqüila, pois já está acostumando com a dor.
A tatuagem teve início por volta das 18horas e 50min. Neste momento são 19horas e 40min e ele está colocando a bandagem. Ela pergunta a Alex o que ele achou. A resposta foi positiva, dizendo que achou bem legal, que é algo diferente e realmente é para ela. Afinal foi ela que buscou ,achou e personalizou o desenho, sendo algo bem próprio.
Carol está satisfeita. Disse que gostou muito . Olha-se bastante no espelho, torcendo-se de um lado para outro, pois a tatuagem ficou num local difícil de enxergar.
Agora vamos descer para fumar um cigarro enquanto ele prepara a estrela. Por questão de higiene não é permitido fumar dentro do estúdio. Retornamos para tatuar a estrela que será feita no pulso direito. Ele já transferiu o desenho para a pele e começou o processo.
A tatuada comenta que sua pressão baixou e que está sentindo muito sono, pois o cigarro fez com que ela relaxasse da tensão nervosa. Sente muito mais dor do que a tatuagem anterior. Está reagindo muito, balança a cabeça e faz uma observação: deve ser horrível cortar os pulsos. Afinal, essa tatuagem está doendo de mais.
Esta foi mais rápida, o desenho é bem pequeno. Terminou. Ele colocou a bandagem e pediu para que acertasse o valor lá em baixo com o seu colega.
Nos despedimos e combinei de retornar para uma próxima observação.
Observação II Hoje retornei para mais uma observação, porém não havia nenhuma tatuagem agendada. Mas, como é bem comum as pessoas chegarem para se tatuar sem hora marcada, o Alex me perguntou se eu gostaria de aguardar um pouco, decide aguardar, assim poderia observar mais o funcionamento do local. Estavam somente no estúdio ele e seu assistente.
Por volta das 17 horas chegou um rapaz de aproximadamente dezoito anos para colocar um piercing na sobrancelha, o rapaz estava bastante tímido, perguntei a ele se preferia que me retirasse, ele me disse que sim.
Não acompanhei o procedimento, fiquei aguardando lá embaixo, mas pude observar que aquele rapaz que chegou tímido, inibido e falando pouco, saiu com um semblante de satisfação, mais falante e sorridente.
Em seguida chegaram mais dois rapazes para falar com Alex, queriam acertar o restante do pagamento de uma tatuagem. Eles subiram e ficaram conversando por um bom tempo.
Enquanto eu aguardava chegaram duas meninas, de dezesseis e dezessete anos, para olharem as pastas de tatuagem, olharam muitos modelos, mas não tinham idéia do que queriam, só sabiam que queriam algo bem delicado. Perguntei a uma delas: Porque queres te tatuar? -Acho lindo, tatuagem “é tudo”, muitas amigas tem e eu quero a bastante tempo, mas minha mãe não permitia, só que depois de muita conversa a convenci, porém com a condição de ser uma tatuagem delicada e feminina. Então estou procurando uma que me agrade, até achar algo que seja amor a primeira vista. Conclui: Ainda tenho um tempinho até o verão.
Chegou um rapaz pra falar com Alex. Como já eram 18 horas e não havia nenhuma tatuagem para observar me despedi e combinei de retornar na outra semana.
Observação III Cheguei no estúdio por volta das 14 horas, desta vez, Alex me ligou para avisar que tinha sido agendado uma sessão de tatuagem.
Chegou um rapaz com idade aproximada de trinta anos anos. Observei que ele possuía várias tatuagens. Fiz minha apresentação e começamos a conversa. Perguntei: O que você vai tatuar? -Vou tatuar o rosto do meu filho. Como o Alex é muito bom no trabalho com o realismo, esperei uma oportunidade de vir á Pelotas para fazer esta tatuagem que queria a bastante tempo. Nesse meio tempo, começa a sessão. Me chamou a atenção a capacidade do tatuador conseguir se desligar de tudo a sua volta. Continuamos nossa conversa:
Quantas tatuagens tens? -Com esta são vinte. Elas possuem algum significado especial? -Sim. A grande maioria delas. A primeira foi o nome de um grande amor, claro que depois tive que cobrir (entre risos), continuei registrando os principais momentos da minha vida, como por exemplo o nome da minha esposa, o rosto da minha primeira filha e o pôr-do-sol no mar, que lembra onde moro. Qual a tua opinião sobre a tatuagem? -É uma arte que sempre gostei e admirei, tanto pela estética, quanto pelo que expressa. As tatuagens dizem muitas coisas, são registros internos que estampamos na pele, no meu caso, tatuei o que há de mais importante para mim, muitos momentos de alegria, também, momentos difíceis de ultrapassar, como esse dragão, que é sinônimo da sabedoria que tive para vencer um determinado momento da minha vida. Tenho muito orgulho em mostrar. Percebi que ele estava muito tranquilo, então, perguntei: E dor, você está sentindo? -Não, já acostumei. Me tatuo a bastante tempo. Já fiz tatuagens maiores, sinto somente um desconforto, como se fosse uma queimadura. Nada que não possa suportar, até porque esta dor é voluntária. No caso da tatuagem, de certa forma, se torna até prazerosa, pois sei que ela é necessária para chegar ao resultado final. E a família como reage? -Bem, meus pais sempre foram muito liberais. A primeira foi quando fiz o nome de minha namorada, eu tinha 17 anos. Eles foram contra, não pela tatuagem em si, mas por ser o nome da namorada. Com as outras tatuagens foi tranqüilo, não que fossem a favor , mas também não contestaram a minha vontade. Gostos são gostos. E sua esposa? -Ela admira a arte. Também tem algumas tatuagens e possuímos os mesmos gostos. No caso dela é um pouco diferente, creio que por ser mulher é mais ligada na questão da estética, são desenhos delicados e no tronco, onde há mais facilidade de mostrar ou esconder a tatuagem, conforme a situação. Na tua vida profissional a tatuagem te trouxe algum problema? -Sim e não. Digo isso porque, infelizmente, ainda há uma certa descriminação, mas como tenho uma empresa de desenvolvimento de softwares e já adquiri meu espaço e nome no mercado, o fato de ser tatuado não me prejudica. Já houve e ainda há casos em que as pessoas ligam a minha aparência ao meu profissionalismo, mas com o resultado do meu trabalho quebro esse tabu, conquistando a confiança e o respeito delas. Quando percebi, a tatuagem já estava pronta, todo o processo levou aproximadamente duas horas, agradeci a eles, pela colaboração e receptividade.
Me despedi do Alex, frisando o quanto foi importante sua cooperação e que em breve retornaria ao estúdio, mas desta vez, não como observadora, e sim como sua cliente para fazer mais uma tatuagem

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Trabalho feito no 2 semestre sobre um assunto que me fascina: Tatuagem.

Quantas doses?


Às vezes me pergunto se tudo isso que vivo é real, se aqui é o meu lugar. Ou vim parar em um mundo paralelo a passeio ou, quem sabe, por pura distração, mera acomodação. Embora saiba que o que é meu está guardado e que cada coisa toma o seu devido rumo, parece que estou sempre a espera de algo que está por acontecer, porém nunca chega a hora. Até quando vou esperar? Quantas doses duplas de calma e paciência tenho que tomar? Viver será isso? Uma eterna espera de coisas guardadas que estão para acontecer que, no entanto nunca acontecem??? Bom, enquanto aguardo não vou ficar sentada, vou revirar meu mundo para que as coisas venham e aconteçam da melhor forma. Vou levando a vida, me divertindo e rindo dos meus próprios erros e tropeços. Será que todas essas esperas não são somente morfina para minha alma? Sei que estou longe do que almejo pra mim. Sei que não tenho paciência pra esperar o grande momento, a grande virada. Sei que às vezes acabo atropelando o destino e me cansando facilmente das coisas. Mas sei que o que quero não é nada complicado. É tudo muito simples, simples demais que chega a ser estranho. Acho que Fernanda Young me entenderia bem, afinal segundo ela: O problema é que quero muitas coisas simples por isso pareço exigente demais.


(Ps. dedicado a minha amiga Josi:)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. […] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

Clarice Lispector in Aprendendo a Viver .

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O que eu quero para a minha vida?

O que eu quero para minha vida? Você me perguntou isso?

Que tipo de pessoa pergunta isso para outra?
Que tipo de pessoa pergunta isso para si mesma?
Eu sei. Eu, você e o resto do mundo.
Por isso todo mundo vive correndo. Todo mundo vive sem tempo. Todo mundo vive carente. Todo mundo vive com uma angústia enorme no peito. Porque a gente quer abraçar o mundo. A gente quer amor, felicidade, liberdade, sucesso, dinheiro, paz, saúde, beleza, amigos ótimos, diversão e uma lista interminável de coisas (aquelas que a gente deseja no começo do ano).
Bom, mas o que eu quero dizer hoje é que construir um futuro a longo prazo dá um puta trabalho. E nem sempre dá certo.
Sim, você resolve que vai ser psicóloga na vida, ganhar rios de dinheiro, casar com seu grande amor, ter uma filhinha linda de olhos puxados, escrever um livro e plantar uma árvore.
De repente, than-than-than-than! O tempo passa e o futuro vira um presente que não estava no script.
Você vê que não vai mais se casar. Vê que sua "Casa-Vogue" com jardim e banheira vai ficar só no papel e decide ir à luta. Sozinha.
O que fazer numa hora dessas? Cuidar de si mesma. Contar com os amigos. Arrumar outro emprego. Ser psicóloga até às duas e vendedora de loja de quatro às dez. Malhar mais. Comer direito. Ler poesias. Falar palavrão. E ser forte o suficiente para conseguir alcançar o seu mais novo objetivo, seja ele qual for. No meu caso, é (e está sendo) comprar meu primeiro apartamento.
Aí começa a outra história (que muitos de vocês estão acompanhando): imóveis estranhos, corretores desonestos. E nada que combine bom-gosto com minha conta-corrente.
Frustrada?
Não. Por incrível que pareça estou feliz. Meus planos de antes não deram certo. O passado passou e reinventei o percurso. Cresci. Hoje tenho um grande amor. Vou estudar para concursos, ser funcionária pública, daqui um tempo me formar e vou comprar minha liberdade o quanto antes. Todos dizem que tudo na vida tem seu preço. Que preço vale minha felicidade neste instante? 80 mil reais depois de fazer cara de piedade para o corretor. É isso? Não, longe disso. A felicidade de ter um lugarzinho só meu vale muito mais que o preço absurdo que o proprietário quer. Vale minha liberdade. Entrar e sair a hora que eu quiser. Ouvir música alta. Receber quem eu bem entender. Não conversar em código pelo telefone. Minha solidãozinha (tão amada!) nas horas precisas. Meu computador sem senhas. Meus segredos... Muita coisa na vida não tem preço - aqui dentro da gente.
Mas é ruim saber que no mundo real é diferente. Liberdade custa caro. E eu não posso dividir o pagamento, nem dar uma entrada, 30, 60 e 90 dias. Liberdade tem que ser à vista.

Penso que existe um outro tipo de liberdade que ninguém compra, vende ou troca na esquina: a liberdade de mudar. Mudar de vida, mudar de rumo. Mudar de idéia. Ou simplesmente mudar porque o "longo prazo" não deu certo.

Ah, ta aí uma coisa que não tem preço.
Principalmente quando se tem coragem de pagar pra ver.

Faxina da alma

Faxina na alma: hoje meu dia foi assim. Resolvi fazer as pazes com meu coração. Joguei o lixo fora. Aprendi que pisar na grama valem dez sessões de terapia. Vi que às vezes a gente chora de orgulho da gente e não há sensação melhor que essa. Entendi que a gente também morre de amor e isso não é sinal de fraqueza se aprender a ler com coragem as linhas do coração. Aceitei que viver vida de gente grande dá um trabalho danado. Mas também dá uma felicidade enorme porque faz a gente crescer bonito. Hoje eu levei um puxão de orelha e um beijo na testa porque eu quero ser uma pessoa melhor. Eu quero te dar um beijo de boa noite e quero que você saiba que eu sou só uma mulher aprendendo a viver. Uma mulher aprendendo a escrever e a amar. Uma doida varrida que se preocupa com cremes, livros, energias cósmicas. Uma menina que chora quando vê a carta sol do tarô, que quer comprar uma apartamento mini e que gosta de dormir abraçada, com os pés enroscados debaixo do edredom. Uma mulher tão igual. Uma mulher tão diferente. Que procura ser boa, não quer ser julgada e às vezes fica de cara feia porque acordou inchada.

Brincar de futuro

Pode ser que você mude de idéia amanhã. Ou talvez eu mude. De repente vamos acordar e ver que não existe mais motivos pra tanta coisa. Mas por enquanto, posso fazer planos com você? Mesmo que você vá embora pra sempre no mês que vem, me troque por alguma cafoninha, posso falar de futuro? Você não precisa pagar minhas contas, lavar minhas roupas ou emprestar seu cartão de crédito. Muito menos, ao fim de cada frase relacionada ao futuro, dizer que era tudo brincadeira. Isso não é um contrato pra assinar embaixo. “Atesto aqui que todas minhas promessas podem ser quebradas num futuro indeterminado, caso mude de idéia. Atesto também que algumas frases melosas podem ser mero exagero, ditas apenas para fomentar o romance”. Eu sei que funciona assim e aceito as condições. Pode parecer sem sentido falar onde jantaremos quando completarmos cinco anos juntos. Não tem problema. Quero que seja só isso. Uma conversa de beira de ouvido, despretensiosa. Coisas ditas num domingo frio e cinza, com televisão ligada em qualquer lixo, porque simplesmente temos preguiça de mudar de canal. Segredos ditos entre uma soneca e outra, no meio do café ou durante um abraço embolado no lençol. Verdades que podem durar um segundo ou um minuto, mas ainda que temporárias, verdades. Mas é tão gostoso planejar tudo com você, saber tudo que você pensa sobre as maiores inutilidades do mundo. Quando eu perguntar se vamos acompanhar as Olimpíadas de 2012, diga que sim, sem nem perguntar onde vai ser. Nem eu sei onde vai ser. E tudo bem se até lá mudarmos de idéia. O importante é que agora você queira estar lá comigo em cinco anos. Ainda que em cinco anos desista. Decidir que flor plantaremos no jardim ou se o quarto deve ter uma televisão. Eu voto em não. E você? Pode falar, fala sim. Sem medo de nada disso acontecer e nos sentirmos dois idiotas. Sentir saudade dos planos que nunca se realizaram é uma das coisas que mais doem quando tudo acaba. Mas prefiro isso a não poder brincar de futuro com você.

terça-feira, 26 de agosto de 2008


sábado a tarde...nas dunas....






segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sábado, 25 de agosto de 2008...um dia perfeitoo...

"Vale a pena viver a vida, já que a vida não é tudo que ela pode nos dar
Mas sim tudo o que podemos dar por ela..."

Felizzz ... ;)




Essa é a pior parte...pra baixo todo santo ajuda...agora pra subir...hehhehehh


...Closes do meu gatinho....



“Dizem q o q procuramos é um sentido pra vida. Penso q o q procuramos são experiências q nos façam sentir q estamos vivos” (J. Campbell)




"Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade." (Alexander Lowen)

As pranchinhas ficaram ótimas....pena q a minha faltou a manta... fica pra próxima...

Migasssss.....Nine, eu e Josi....é noix denovooo....já fazia um tempãooo!!


As gurias subindo ... e eu virada num croquete...hhehehhehe


tombo e mais tombo...


Tava muito bom mesmo....meu gatinho+ amigas+ diversão+ muitas risadas+ muitooo loveeeee...vibe muito boa...Tem dias que poderiam nunca terminar ;)